Com a previsão de retomar as atividades em agosto, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fake news vai solicitar ao Facebook o material das contas falsas removidas nessa quarta-feira (8). A rede social suspendeu diversas contas ligadas à família Bolsonaro.
“Vamos receber esse conteúdo e, a partir daí, decidir se convocamos os envolvidos”, disse o senador baiano Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da comissão, à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
De acordo com ele, primeiro a CPMI vai fazer uma análise para confirmar se as contas em questão disseminavam ódio e desinformação, como aponta o Facebook, e também injuriavam e caluniavam terceiros. A rede social aponta que essas contas eram ligadas a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Diante desse quadro, auxiliares do presidente entraram em contato com o Facebook, questionando o motivo da exclusão e se ela teria relação com o inquérito das fake news, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A coluna Painel, do jornal, conta que a resposta foi que essas remoções no Brasil fazem parte de uma ação global da rede social e não era nenhuma perseguição contra bolsonaristas ou contra o governo.
Vale ressaltar que, nas últimas semanas, o Facebook perdeu milhões com o boicote promovido por grandes empresas, como Coca-Cola, Unilever e Diageo. Elas suspenderam suas publicidades na rede como forma de cobrar a adoção de medidas mais severas contra a disseminação de discursos de ódio.
Mas para Coronel, a atitude do Facebook é fruto do projeto de lei que visa combater fake news, relatado por ele no Senado. Agora em trâmite na Câmara, o projeto é alvo de questionamentos por conter dispositivos que ameaçam a liberdade de expressão e a privacidade, segundo os críticos.
Fonte: Bahia Notícias