A Assembleia Legislativa – ALBA sediou hoje (09.04) um grande debate sobre a iminente paralisação pela Petrobras das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) da Bahia, em sessão especial convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Angelo Coronel, e que contou com a participação da senadora Lídice da Matta, do deputado federal Nelson Pelegrino, de diversos deputados estaduais, como Rosemberg Pinto, Joseildo Ramos e Bira Corôa, representantes sindicais dos petroleiros e dos petroquímicos, prefeitos e vereadores da RMS, trabalhadores e ex-trabalhadores da fábrica.

Os presentes denunciaram o processo político de sucateamento por que a Petrobras está passando. De acordo com os sindicalistas, o presidente Michel Temer estabeleceu uma política de acabar com os produtos com valor agregado da empresa petrolífera. Grande parte dos convidados para a sessão, denunciaram e acusaram o governo federal de “fatiar” a Petrobras e entregá-la nas mãos das multinacionais estrangeiras do petróleo.

O anúncio do fechamento da Fafen impactará no funcionamento de pelo menos 15 fábricas. Na Bahia, cerca de 700 empregos serão afetados por conta da medida. Por conta da política de desmanche da Petrobras, no ano passado a Fafen registrou prejuízo de R$ 200 milhões na unidade baiana, e outros R$ 600 milhões na planta industrial localizada em Sergipe.

“A Fafen é muito importante para a economia baiana e só deu prejuízo por vontade da Petrobras. Fechando a fábrica vai colocar o emprego de centenas trabalhadores em risco, além de reduzir ainda mais a industrialização da Bahia. Seremos apenas produtores de matéria-prima e o agronegócio, um dos principais pilares da nossa economia, ficará totalmente à mercê do mercado internacional. O papel da Petrobras é estratégico e, obrigatoriamente, de atender, em primeiro lugar, a população brasileira”, disse Angelo Coronel, que, na ocasião, anunciou uma sessão especial, na ALBA, em solidariedade ao ex-presidente Lula, para a próxima sexta-feira (13.04), às 10h.

“Qual o País que a turma de Temer quer para o povo?”, questionou Rosemberg, que é funcionário da Petrobras. Para o deputado, o propósito de fechar a Fafen faz parte de um projeto nacional de desmonte do Estado para privatizar uma das maiores petrolíferas do mundo. “A resposta ao desmonte do estado nacional terá que ser dada nas urnas, no dia 7 de outubro”, exortou Rosemberg.

Já o deputado Joseildo Ramos destacou a importância de um sindicato combativo para superar a fase por que passam os trabalhadores da fábrica baiana de fertilizantes. “É preciso que fiquemos atentos. Tudo que está acontecendo na economia e na política não é à toa. A prisão do ex-presidente Lula e o desmonte da Petrobras estão na mesma raiz do golpe que apeou a presidenta Dilma Rousseff do poder”, protestou Ramos.

E Bira Corôa propôs a criação de uma Frente ou Comitê em defesa da Petrobras. “O presidente da Petrobras é um rentista, que administra grandes fortunas. Ele não está interessado em mercado, em desenvolvimento e, muito menos, no papel social que desempenha uma empresa de petróleo. O preço da gasolina em quase R$ 5,00 e o do botijão do gás de cozinha, que chega a custar mais de R$ 110,00 em alguns Estados, afeta a todos: donas-de-casa, agricultores, empresários, trabalhadores”, disse Corôa.

Além dos três deputados petistas, participaram da sessão os deputados Vitor Bonfim (PR), Zé Raimundo (PT), Maria del Carmen (PT), Marquinho Viana (PSB), Maria Del Carmen (PT), a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e o ex-secretário de Justiça, Carlos Martins.​

FERTILIZANTES NITROGENADOS

A Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia, unidade da Petrobras, é a primeira fábrica do Polo Industrial de Camaçari, também conhecida como a “semente do Polo”. A fábrica é responsável pela produção de 474 mil toneladas/anos de ureia, 474 mil toneladas/ano de amônia e 60 mil toneladas/ano de gás carbônico. Os dois primeiros têm importância fundamental no desenvolvimento da agricultura e da pecuária no Brasil. Os produtos fabricados na Fafen também são utilizados como matéria-prima em outras 15 empresas do Pólo. Com o fechamento da fábrica na Bahia, a Petrobras diz que o abastecimento do mercado de ureia fertilizante será feito através de importação.

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