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EUA querem que Brasil receba migrantes haitianos e refugiados do Afeganistão

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INDIANAPOLIS, INDIANA - MARCH 19: Ayo Dosunmu #11 of the Illinois Fighting Illini celebrates against the Drexel Dragons in the first half of the first round game of the 2021 NCAA Men's Basketball Tournament at Indiana Farmers Coliseum on March 19, 2021 in Indianapolis, Indiana. Maddie Meyer/Getty Images/AFP (Photo by Maddie Meyer / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Os Estados Unidos devem pedir que o governo brasileiro aceite receber grupos de migrantes haitianos em processo de deportação e de refugiados afegãos que, no momento, correm perigo no país novamente dominado pelo Talibã.
 

O presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta no momento uma nova crise migratória na fronteira com o México, onde milhares de haitianos tentam entrar em território americano.
 

Diante do grande fluxo na cidade de Del Rio (Texas), o Departamento de Segurança Nacional dos EUA anunciou que iria acelerar a operação de saída desses migrantes, em voos para o Haiti –origem da maioria das pessoas– e outros destinos.
 

Segundo interlocutores diplomáticos, o governo americano verificou que parte dos haitianos iniciou a jornada rumo aos EUA em território brasileiro. A ideia da administração Biden é que o Brasil se disponha a receber voos de haitianos deportados que tenham algum vínculo com o país, seja um registro nacional de estrangeiro válido ou filhos nascidos aqui.
 

O tema deve ser tratado em reunião do ministro Carlos França (Relações Exteriores) com o secretário de Estado Antony Blinken, chefe da diplomacia americana.
 

Os dois têm encontro marcado para a tarde desta terça-feira (21), em Nova York, à margem da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Será a conversa presencial de mais alto nível entre as duas administrações, uma vez que Biden e o brasileiro Jair Bolsonaro ainda não tiveram uma agenda bilateral.
 

Para o governo americano, o envio de ao menos parte dos migrantes para Brasil e Chile –outro país onde residiam muitos dos haitianos aguardando remoção dos EUA– também seria uma forma de reduzir críticas pelas deportações realizadas diretamente ao Haiti.
 

A nação caribenha é o país mais pobre do hemisfério ocidental, foi recentemente assolada por um terremoto e está submersa numa crise política após o assassinato do presidente Jovenel Moïse –crime do qual o primeiro-ministro é suspeito de envolvimento, segundo um procurador.
 

Toda a logística e o fretamento de voos com os deportados haitianos ficariam sob responsabilidade dos EUA, ainda segundo pessoas com conhecimento do assunto.
 

De acordo com diplomatas, que falaram à Folha sob condição de anonimato, em tese o Brasil não pode impedir a entrada de estrangeiro que tenha permissão de residência em dia ou que tenha filhos que são cidadãos brasileiros.
 

A eventual autorização para que os EUA realizem esses voos para o Brasil, porém, depende do aval do governo Bolsonaro.
 

Outro ponto que deve estar na agenda da conversa entre Blinken e França é a possível chegada de refugiados afegãos ao Brasil.
 

Após uma guerra de 20 anos, os EUA retiraram suas tropas do Afeganistão em agosto, em uma operação desastrada, que terminou com a volta do regime extremista do Talibã ao poder. Americanos e organizações não governamentais têm mapeado pessoas no país da Ásia Central cuja permanência no país seja considerada insegura.
 

A administração Biden quer trabalhar com outros governos –entre eles o brasileiro– para que essas pessoas recebam vistos e possam se restabelecer.
 

Em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU nesta terça, Bolsonaro disse que o futuro do Afeganistão causa grande apreensão e sugeriu que o governo faria uma análise com componente religioso do refugiado para a concessão de vistos humanitários.
 

“Concederemos visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos”, declarou.
 

No início de setembro, o governo Bolsonaro editou uma portaria para autorizar a emissão de visto de acolhida humanitária a pessoas do Afeganistão que fogem do país.
 

A medida facilita a acolhida de pessoas dessa nacionalidade, como já acontece em relação a sírios e haitianos.
 

Segundo comunicado emitido pelo Itamaraty e pelo Ministério da Justiça à época, “mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência e seus grupos familiares” teriam prioridade. As embaixadas do Brasil em Islamabad (Paquistão), Teerã (Irã), Moscou (Rússia), Ancara (Turquia), Doha (Qatar) e Abu Dhabi (Emirados Árabes) estarão habilitadas a processar os pedidos desse tipo de visto –o Brasil não possui representação diplomática no Afeganistão.

Fonte: Bahia Notícias

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