A cidadania suspeita concedida em prazo recorde ao oligarca russo Roman Abramovich fez o governo português endurecer as regras para que os descendentes de judeus sefarditas possam ser compensados pelas perseguições e expulsões da Península Ibérica durante a Inquisição. Uma lei promulgada pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa tornará mais difícil a obtenção da nacionalidade para este grupo, assegurada desde 2015 para efeitos de reparação histórica.

Alvo de sanções do Reino Unido por vínculos com o presidente Vladimir Putin, o bilionário e dono do clube Chelsea tornou-se português, e por consequência cidadão da União Europeia, num processo cheio de irregularidades.

A investigação da Polícia Judiciária resultou na detenção do rabino Daniel Litvak, por crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e associação criminosa. Responsável pela emissão de certificados de descendentes de judeus sefarditas pela Comunidade Judaica do Porto, ele teria, segundo a imprensa portuguesa, mais de € 3 milhões depositados em contas em Portugal e no exterior.

Abramovich tem origem lituana, seu sobrenome revela a herança askenazi – característica de judeus procedentes das regiões central e oriental da Europa e que estaria automaticamente excluída do processo da naturalização.

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