Troca de experiências entre diferentes regiões do país e novas alternativas e visões de mercado para o produtor e para os empresários do agronegócio.

Um dia de campo realizado no último final de semana no oeste da Bahia colocou temas importantes em pauta, como a implementação do conceito de agricultura regenerativa. 

Ademir Calegari é agrônomo e consultor no Sul do país e trouxe para os produtores da região um pouco do seu conhecimento e experiências em relação a esta técnica.

“Em síntese, a regenerativa não quer dizer agricultura ecológica ou agricultura orgânica. A regenerativa significa nós retomarmos o potencial produtivo de uma maneira sustentável, usando alguns ativos biológicos e plantas de cobertura”, explica.

O mix de espécies utilizados aumenta a biodiversidade e representa um dos passos para a adoção do conceito. 

Segundo o especialista, recuperar o potencial produtivo do solo e protegê-lo dos danos são objetivos que necessitam dos planos de cobertura para serem alcançados.

O plantio direto também é destaque neste quesito, pois é uma técnica que diminui os impactos no solo e beneficia a produtividade.

Sobre esta última técnica, o produtor Luiz Pradella entende bem.

“Com certeza esse é o caminho, aliás, não tem outro caminho a não ser construir com rotação de culturas, com plantas de serviço. Isso vem de encontro a trabalhos antigos que são realizados e mostram que tem que ser multiplicado no campo nesse momento, com uma celeridade maior, agora que esses dados estão tendo seus resultados comprovados a campo”, afirma ele.

Ainda segundo sua análise, os resultados que são colhidos até o momento permitem inclusive abrir possibilidade para a realização de uma segunda safra, em cima do mesmo solo, com o mesmo volume de água.  

Os eventos técnicos voltados para o agro, na Bahia, buscam principalmente trazer algumas técnicas de manejo, ideias e tendências para adotar a sustentabilidade como principal premissa nos mais diversos processos que envolvem a produção agrícola, desde o manejo de solo até a gestão financeira e administrativa, liderança e excelência operacional.

Conceitos importantes para o desenvolvimento do agronegócio agora e no futuro.

Para o professor e cientista do agro Marcos Fava Neves, este é o momento de o Brasil investir na expansão sustentável e o produtor deve ficar atento à relação de troca para conseguir uma boa remuneração.

“O produtor deve adotar tecnologia, porque os preços vem vindo de um período muito bom no mercado internacional e o câmbio também ajudou. Eu não sei mais quanto tempo teremos preços altos em dólar e o câmbio desvalorizado, o que traz um preço maior ainda em reais”, analisa.

Segundo ele, o produtor tem que praticar uma boa gestão e tentar derrubar o custo de produção para conseguir uma boa margem de lucro.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia, Humberto Miranda, investir no conhecimento e na troca de informações é essencial para se adequar a legislação brasileira. 

“O que o produtor vitorioso tem que continuar fazendo: tendo acesso à informação, ao mercado e às novas tecnologias; se adequando às leis e as regras ambientais que são fundamentais pro futuro da sociedade mas também pro futuro do nosso negócio. O maior interessado na proteção do meio ambiente e na produção sustentável é o produtor rural brasileiro”, finaliza.

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